Vítor Almeida, presidente do Colégio de Emergência Médica, comentou a operação que culminou na retirada de Rayan, já sem vida, do poço onde estava há quatro dias. O especialista lembra que Marrocos tem um sistema desenvolvido em termos de saúde, e destacou a fragilidade da criança, definindo o momento de resgate como “crítico”.
Ao fim de quatro noites, Rayan foi resgatado do fundo de um poço de 32 metros de profundidade, no norte de Marrocos. O menino, de cinco anos, foi retirado, numa longa operação com muitos profissionais.
Rayan caiu no poço, quando brincava perto do pai, na tarde de terça-feira. Pelos últimos dias, uma equipa de especialistas escavou um túnel paralelo ao poço, de forma a resgatar este menino.
Os bombeiros fizeram chegar uma câmara para junto do menino, tendo percebido o seu movimento e também alguns ferimentos no rosto. A criança teve sempre oxigénio e água açucarada para se hidratar, apesar de ter estado durante tantas horas confinado num espaço tão reduzido.
O facto do poço não ter largura suficiente, impediu o resgate normal, em que um socorrista desceria com uma corda e traria o menino de volta. Essa possibilidade nunca foi colocada, porque o diâmetro não tinha mais que 45 centímetros.
Por isso, os operacionais tiveram que escavar um túnel à volta. Ao aproximarem-se mais do menino, eles tiveram que parar as escavações com as máquinas e fazer tudo de forma manual, com pás, para evitarem os desabamentos, que pusessem tudo em causa.
Nas últimas horas, tudo se tornou mais demorado ainda, porque as escavações eram suspensas constantemente para que uma equipa de topógrafos pudesse avaliar minuciosamente os riscos para a criança e os seus socorristas.
Um helicóptero e equipa médica estavam presentes no local do resgate, à espera de levar o menino para receber os cuidados necessários. Infelizmente acabou por não resistir e os bombeiros já o encontraram sem vida.
